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“Herói”, “guerreiro”, “te amamos”, “forte”. A enxurrada de elogios e agradecimentos ao alpinista Agam chamou a atenção durante uma transmissão ao vivo que fez em suas redes sociais na tarde desta quarta-feira (25).
Voluntário no resgate da brasileira Juliana Marins na trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, ganhou o coração dos brasileiros. Até as 16h20 desta quarta (25), ele já tinha mais de 665 mil seguidores.
Apesar de os socorristas não terem chegado a tempo de salvar a brasileira, por falta de equipamentos e condições do tempo, a iniciativa de montanhistas como ele, que se arriscaram por vontade própria e sem ganhar nada em troca, ficou de fora das críticas à estrutura sobre a demora no resgate.
A família da Juliana, através das redes sociais, também agradeceu aos voluntários Agam e Tyo.
“Somos profundamente gratos aos voluntários que, com coragem, se dispuseram a colaborar para que o processo de resgate de Juliana fosse agilizado”, afirma o posicionamento.
Eles também mostraram a mensagem que foi enviada aos voluntários. Em um trecho, eles ressaltam que as condições de resgate eram difíceis:
“Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida. Embora o desfecho já estivesse além do nosso alcance, levamos no coração a sensação de que, se vocês tivessem conseguido chegar antes, talvez o destino pudesse ter sido outro”.
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Vídeo mostra içamento do corpo de Juliana Marins de penhasco
Ajuda financeira
Na live, houve até quem pedisse que fosse feita uma vaquinha para juntar dinheiro para retribuir Agam. “Como podemos ajudar financeiramente?” e “PEDEEEEEE A CONTA BANCÁRIA DELE PRA GENTE AJUDAR” foram alguns dos muitos comentários na página do alpinista.
A tradutora que participou do vídeo disse que pediu várias vezes a conta e que inicialmente Agam se recusou dizer por que “faz isso [o trabalho de resgate] de coração”.
No fim, no entanto, ele acabou passando conta, que será divulgada, e afirmou que vai dividir o dinheiro com colegas que participaram do resgate e que também usará a verba para reflorestar montes por onde passar na Indonésia.
“Ele agradeceu de coração todos vocês e pediu desculpas por não ter conseguido trazer a Juliana de volta e que fez o melhor que ele podia. Infelizmente, os resgates do Rinjani são os mais difíceis. Ele pediu desculpa e disse que foi o máximo que conseguiu fazer.”
Detalhes do resgate
Durante a entrevista, Agam contou como foi a madrugada que passou no desfiladeiro aguardando amanhecer para que o corpo dela pudesse ser içado. Entre o içamento e a chegada do corpo no hospital, foram 15 horas de trabalho.
“Passamos a noite à beira de um penhasco de 590 metros com Juliana, usando âncoras para não descer mais 300 metros”, afirmou. “Estava muito, muito frio.”
Ele e outro guia, identificado como Tyo, foram voluntários na equipe de resgate. Eles são alpinistas experientes e guias no Monte Rinjani.
Agam alcançou o ponto onde o corpo estava quando o dia já tinha escurecido. Então, ele passou a madrugada segurando a vítima no local para que o corpo dela não escorregasse mais. No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse.
Para completar o resgate, ele disse que sabia que poderia ter morrido. A tradutora explicou o que ele expressou:
“Ele disse: ‘na hora que eu desço, eu sei que pode não ter mais volta’. Ele disse que ele e os outros 7 resgatistas disseram que sabiam que se chovesse um pouco mais, eles morreriam juntos. Ele diz que não sabe como eles conseguiram resistir e que estava muito, muito frio”.
Segundo Agam, parte da equipe está machucada porque em diversos momentos eles quase rolaram desfiladeiro abaixo porque a ancoragem onde as cordas estavam sendo presas se soltavam do solo.
“Isso provocou a queda de pedras e areia várias vezes. Só por misericórdia de Deus eles não morreram”, afirma a tradutora.
Fonte: Thaís Espírito Santo, g1 Rio
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